A importância da família no tratamento da dependência
Folha Mulher – 20/01/2013
Na última edição escrevi sobre a progressividade e o desenvolvimento das dependências químicas e do alcoolismo. O drama das adicções não prejudica exclusivamente o sujeito que faz uso de substâncias psicoativas. A família é muito afetada e passa por mudanças significativas em sua dinâmica durante o processo de adoecimento comportamental e psicológico de quem usa.
No tratamento ambulatorial muitas vezes recebemos inicialmente a procura de ajuda por parte da família. Os pais ao perceberem mudanças no comportamento dos filhos começam a se sentir preocupados, angustiados e precisam de acolhimento, apoio e orientação.
Na prática clínica percebo mães que sentem culpadas, questionando “aonde erraram” na educação do filho. Geralmente, associado ao adoecimento do filho está o adoecimento da mãe. Há situações em que não devemos nos culpar pelas escolhas dos nossos filhos ou companheiros.
O adoecimento psicológico familiar é chamado de codependência. Segundo uma autora norte americana chamada Melody Beattie: “Codependente é uma pessoa que tem deixado o comportamento de outra afetá-la e é obcecada em controlar o comportamento dessa pessoa”.
Tarefa dificil tentar controlar o comportamento do outro. Diante disso, as mães ficam frustradas, desapontadas e experimentam emoções diversas no relacionamento com seus filhos ou cônjuges.
A família é o suporte para um tratamento bem sucedido, e precisamos tratar da família com o objetivo dela ser aliada do terapeuta.Por esses motivos, a Terapia Familiar é de extrema importância em qualquer tratamento, pois vai tentar reestabelecer vínculos perdidos, diálogo, comunicação assertiva e a saúde do grupo familiar como um todo.
Fonte: Beattie, Melody: Codependência nunca Mais
Silvio Pereira Gonçalves, CRP 06/72553, é Psicólogo, Especialista em Psicoterapia Breve e Psicopatologia, Especializado em Dependência Química e Terapeuta Familiar. Diretor da Clínica Vale Verde, atende na Clínica Neuropsiquiátrica Atibaia.
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